Tragédia no Rio de Janeiro por causa da chuva
O temporal que provocou a tragédia no Estado do Rio teve início no final da tarde de segunda-feira (5) e levou o caos à capital e à região metropolitana, que praticamente pararam na terça-feira. 216 é o número de mortes registrada no Estado do Rio de Janeiro; o total de desalojados já soma 11.439 pessoas. Somente na capital, são cerca de 5.000 desabrigados.
ASSISTE OS VIDEO DAS CHUVAS E DA RESPONSABILIDADE DA PREFEITURA EM NITEROI.
O temporal que provocou a tragédia no Estado do Rio teve início no final da tarde de segunda-feira (5) e levou o caos à capital e à região metropolitana, que praticamente pararam na terça-feira. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), somente na terça-feira choveu mais do que o esperado para todo o mês de abril na região.
Segundo a Defesa Civil do Estado, o número de desabrigados em municípios das regiões metropolitana, Baixada Fluminense, Baixada Litorânea e Serrana mais atingidos pelas chuvas dos últimos dias é de 3.262, enquanto que o total de desalojados já soma 11.439 pessoas. Somente na capital, são cerca de 5.000 desabrigados.
Mais um corpo foi encontrado no início da tarde deste sábado (10) no morro dos Prazeres, em Santa Teresa, no centro do Rio de Janeiro. Mais cedo, outra pessoa sem vida havia sido retirada pelas equipes de regaste que trabalham no morro do Bumba. Com isso, sobe para 216 o número de mortes registradas no Estado do Rio de Janeiro devido às chuvas que começaram na última segunda-feira (5). Somente no morro do Bumba, em Niterói, 31 corpos já foram encontrados.
Até o momento, foram registradas 135 mortes em Niterói, 61 na cidade do Rio de Janeiro, 16 em São Gonçalo, uma em Petrópolis, uma em Nilópolis, uma em Paracambi e uma em Magé. O número de vítimas, entre mortos e feridos, chega a 377.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), visitou na tarde de ontem (9) o morro do Bumba, onde houve um deslizamento de terra na noite da última quarta-feira (7), e disse que as estimativas apontam que ainda existem de 100 e 150 corpos soterrados ali. "A situação é estarrecedora", afirmou.
A prefeitura e a Defesa Civil já haviam apontado que cerca de 200 pessoas moravam no local, onde existiam ao menos 50 casas. Para o subcomandante do Corpo de Bombeiros, coronel José Paulo Miranda, será difícil resgatar alguém com vida.
As buscas em Niterói, cidade mais atingida, acontecem 24 horas por dia. Cerca de 300 homens, entre integrantes da Força Nacional de Segurança (FNS), policiais civis, bombeiros e policiais militares, trabalham no local com a ajuda de máquinas.
O trabalho de resgate não tem prazo para terminar e, segundo o governador Sérgio Cabral (PMDB), deve durar cerca de duas semanas.
São Gonçalo e Niterói ficarão com R$ 70 milhões da ajuda
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou ontem que os municípios de São Gonçalo e Niterói receberão, cada um, R$ 35 milhões dos R$ 200 milhões anunciados ontem pelo governo federal para recuperação dos danos com as chuvas. O restante será distribuído para mais 14 municípios, além da capital, que terá R$ 90 milhões.
A expectativa de São Gonçalo é fazer a dragagem da foz e de canais de rios, no modelo implementado pela Secretaria do Ambiente, na Baixada Fluminense. “Eles farão o projeto, porque não adianta só limpar a cidade, com o canal entupido, com a foz alta. Toda vez que chover forte, teremos o mesmo problema porque a água não sai”, disse a prefeita.
Depois de reunião com o governador, a prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset, esclareceu que o dinheiro será investido na reconstrução e estabilização de pontes, contenção de encostas, drenagem, além da limpeza de rios e bueiros. As ações são emergenciais e devem antecipar as obras de infraestrutura que foram acordadas entre o governo e a prefeitura, hoje.
Segundo levantamento da prefeitura, precisarão de obras a foz dos rios Bomba, Brandoas, Marimbondo, Imboaçú, Guaxindiba, Alcântara e Porto da Pedra. Para atender os cerca de 8 mil desabrigados e desalojados, Aparecida Panisset informou que cerca de 3 mil casas serão construídas. Até que fiquem prontas, a prefeitura acertou com o governo estadual o pagamento de aluguel social para cerca de 2 mil famílias, com objetivo de desocupar as escolas.
.
IML
O presidente do Tribunal do Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Luiz Zveiter, anunciou que o órgão montará uma espécie de "Mini-IML", dentro de um ônibus no morro do Bumba, para facilitar o trabalho de identificação dos corpos das vítimas do deslizamento que atingiu o local. Em outro ônibus será instalado um centro para emitir documentos para os atingidos pelos deslizamentos.
Em razão do grande número de mortes decorrentes das chuvas, o IML de Niterói ficou sobrecarregado, e parte das vítimas estava sendo conduzida ao IML da capital. Agora, os corpos encontrados no morro do Bumba não serão mais levados até o Rio. "Os corpos vão sair a partir de agora daqui para o enterro", afirmou Zveiter, que está no morro do Bumba.
Área de lixão
O morro do Bumba, que abrigava moradias precárias, era ocupado por um antigo lixão. Em meio aos escombros é possível observar toneladas de lixo.
“Isso aqui é um lixão que se encharca muito mais rapidamente em comparação com outros morros. O solo vai ficando ensopado e ocorre a formação de gás metano. Com tudo isso, o ângulo estável fica muito menor. A prefeitura deveria ter um cadastro desta área, que é de altíssimo risco", explicou Adalberto da Silva, professor de geologia do Instituto de Geociências da UFF (Universidade Federal Fluminense).
A secretária Estadual do Ambiente do Rio, Marilene Ramos, afirmou que o deslizamento pode ter sido provocado por uma explosão ocorrida quando o gás metano do lixão entrou em contato com a atmosfera movendo a terra que já estava debilitada pelo acúmulo de água da chuva.
O prefeito de Niterói, Jorge Roberto da Silveira, visitou o morro do Bumba ontem e afirmou que não sabia que as casas da região tinham sido construídas sobre um lixão.
Mas reportagem
revelou que a prefeitura da cidade não colocou em prática um plano de prevenção de riscos elaborado por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), com financiamento do Ministério das Cidades e da própria prefeitura. Finalizado em 2007, o plano custou R$ 120 mil e previa ações em vários pontos suscetíveis à ocorrência de desastres causados pela ação do tempo.
A Polícia Civil informou que abriu um inquérito para apurar eventual responsabilidade do poder público no deslizamento.
Chamada/Convite Artistico Call for Entries #Anti-Rain-Dance for Rio de Janeiro#
Monday 12 April 2010 5:15:45 pm
jula kim